Natalia Godoy Do G1, em Brasília |
Manifestante em audiência pública na Câmara dos Deputados sobre abate de jumentos no Nordeste (Foto: Natalia Godoy / G1) |
Jumentos proliferam em estradas do Nordeste, principalmente do RN. Promotor propõe uso da carne em refeições de presos e estudantes.
A audiência da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Casa foi motivada por denúncias do aproveitamento da carne de asininos (jumentos) abandonados às margens de rodovias no estado.
Um promotor do Rio Grande do Norte levantou a ideia como forma de controlar o número excessivo de jumentos na região. A proposta é que a carne proveniente do abate seja aproveitada no preparo de refeições de detentos do sistema penitenciário estadual e de estudantes da rede pública.
Em março deste ano, o promotor de justiça do Ministério Público do Rio Grande do Norte Sílvio Brito ofereceu dois almoços com pratos que incluíam carne de jumento entre os ingredientes. A intenção era mudar a rejeição, de caráter cultural, segundo ele, ao consumo da carne do animal.
O promotor foi convidado, mas não compareceu à audiência pública desta terça na Câmara. Brito disse ter sido avisado somente na sexta-feira (27), mas o presidente da Comissão, Felipe Bornier (PSD-RJ) afirma que ele foi informado há mais de 20 dias.
O promotor disse ao G1, por telefone, que o aproveitamento de asininos pode resolver um problema. “Hoje, o Brasil tem 900 mil jumentos, e 90% deles estão no Rio Grande do Norte. A gente tem esse problema há 20 anos. Isso é fruto de um fenômeno natural. O descontrole deles causa acidentes nas estradas. Diante desse fenômeno, a gente pensou em uma forma de reverter esse cenário”, afirmou.
Segundo o promotor, a proposta dele está amparada por estudos de outros países. "Três doutores da Universidade Federal do Semi-Árido, em Mossoró-RN, analisaram pesquisas de fora que mostram que a carne e o leite dos jumentos têm elevado valor nutricional. A carne não oferece nenhum risco. É macia e gostosa”, afirmou.
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